terça-feira, março 25, 2008

Saudades

Ahhh o vício, existem diversos vícios, absurdamente variados. Cigarro, sexo, maconha, dança, cocaina, afetivo, heroina e outras mais. Qual o limite do saudável? O que define se um vício é apenas buscar a diversão do alvo ou se é uma doença. Não faço idéia, mas o vício pelo cigarro (careta), um dos mais inúteis e crueis é agonia de milhões de pessoas só no Brasil. Pensando nisso tem esse texto abaixo, semi antigo por assim dizer. Já me reclamaram que falar que é sobre cigarro é cortar a graça (spoiler), mas como estamos falando de um assunto um pouco mais chato não me permito licenças poéticas de deixar subentendido qualquer informação.

No mais um grande abraço e até semana que vem!

Obs: 11 pessoas assinam o RSS do meu blog, que alegria!

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Sinto sua falta
Você me fez companhia em momentos dificeis
Me distraia quando eu acreditava que o mundo me traia
Você estava junto de meus amigos, na inocente brincadeira de buteco
Com o tempo, esse convício ocasional não mais me satisfazia
Te quis para mim
Um pouco mais de tempo e você era presença garantida em meu lar
Sua presença marcava meu canto, meu corpo, minhas roupas
Algumas horas com você longe de mim era garantia de sofrimento
Nos bastávamos, eu te era suficiente e você a mim
Era tão fácil
Passei a me acalmar somente com você
Mesmo sabendo que você me faria mal, continuei
Na inocência de acreditar que uma vez mais não seria problema
Me enganando ao não crer que cada passo tornava o caminho de volta mais penoso
Agora não importa mais
Vai doer, eu sei, mas vou tirar você de mim
Quero o eu velho de volta, sem amarras ou dependências, livre
Vou sentir falta, cada buteco, cada padaria, cada banca, cada café, cada momento sozinho me fará lembrar de você
Mas não os acendo mais, 20 companheiros de ocasião.

segunda-feira, março 17, 2008

Olhos de vidro...

"Um dia convencional, um ônibus comum, uma visão incomum...
Como é linda...
Aproveito meus óculos e vejo pelos cantos das lentes aquela manifestação absurda de beleza.
Se é brava, lerda ou ciumenta não importa, ela é linda.
Com meus olhos de vidro me sinto transparente.
Pelo canto do olho me encanto e canto em silêncio o quanto aquela beleza me atrai.
Engraçado como me deixo levar por aquele rosto, minha imaginação não consegue imaginar algo que seja mais perfeito, para mim.
Num relance do aleatório, encontro um lugar para sentar, de frente para ela.
Não sou mais transparente.
Mas não quero parar de admirá-la, meu refúgio se encontra no vidro da janela, meu novo olho de vidro.
Pelo fraco reflexo me deleito sem contenções. O que ela estaria olhando do outro lado? Não importa, assim posso admirá-la sem pudor.
Sob o escudo da transparência me deixo levar e o tempo segue.
Que boca linda, ligeiramente aberta, com um sutil sorriso desenhado... Estaria sorrindo para que?
Que pele bonita, viva, praticamente implorando que uma mão firme dê razão para tanta graça.
Que olhos divagadores, embora atentos e fixos... Aonde?
Que cabelos majestosos, livres, a moldura perfeita para meus sonhos.
Num reflexo de curiosidade me vejo olhando aonde seus olhos apontam.
Um frio na espinha explode com cacos jogados em meu rosto, que não consegue esconder a surpresa. Nossos olhos se encontram no mundo transparente e nos tornamos mutuamente visíveis.
Sem as discimulações dos experientes, volto meu rosto para frente com os olhos quase caindo em meu colo. Nossos olhos se encontram novamente. Igualmente espantada, ainda exacerbadamente linda.
Abaixo minha cabeça nervosamente, como que se minha mala precisasse de meu olhar para não explodir.
O tempo passa, percebo gotas de suor marcando minha camisa.
Respiro longamente...
Levanto a cabeça.
Ela não está mais lá...
Olho no espelho querendo encontrá-la novamente, doce ilusão...
Para onde ela estaria apontando agora seus olhos de vidro?"

segunda-feira, março 10, 2008

Frases de efeito

Nessa semana ao invés do conto teremos algumas frases que já sairam dos chat no msn ou no velho icq.
"Frases" por definição gramatical, "de efeito" por vaidade pessoal. Espero que curtam.

Um grande abraço e até semana que vem!

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"Sou alto para alcançar as estrelas com o pé no chão"

"Top apple requer as melhores girafas. Não se contente com os pequenos cavalos (o que não quer dizer que eles não sejam legais para dar uma voltinha)"

"Pois dentre a metade do limão e da laranja não precisei escolher"

"Meu futuro é um sapato social pedalando um velotrol"

"O que você tem de melhor, te causa o que você sente de pior"

"Omissão rima com proteção, mas não combina"

"Necessidade gera habilidade"

"A sinceridade que machuca causa melhoria nas pessoas. Os tolos se ofendem com a verdade, os espertos aprendem com ela."

"Don´t work, be hippie" (Não trabalhe, seja hippie)

"Meu ego é um monstro enorme e insaciável que quando faminto devora a minha alegria"

segunda-feira, março 03, 2008

Sonhos recursivos

Bom dia meus caros leitores!
Curtiram o fim de semana? Espero que sim, fiz planos para o sol, mas a chuva veio e me acolhi em cavernas selvagens onde enfrentei alguns ursos.
Mas tudo acabou bem, tirando algumas feridas e suas futuras cicatrizes a pele do urso morto me esquenta.
O texto dessa semana é médio antigo, coisa de 2 anos.
Sonhos são engraçados...

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Dormi cedo, afinal estava cansado de uma semana razoavelmente pesada no serviço. A gandaia fica para amanhã...
Enquanto ainda noite, me levanto, vejo tudo embaçado, olho ao meu redor e estranho. Não reconheço essas paredes como sendo as que estavam ao meu redor quando fui deitar, mas as reconheço de outros tempos.
Depois de andar um pouco, encontro rostos conhecidos...
sorrindo...
Engolindo a pergunta que queria fazer, ví que estávamos bem, que toda a briga, orgulho, discórdia, burrice, vaidade, medo tinham sido um sonho. Todas as lembranças ruins faziam parte de uma realidade alternativa, o galho não tinha sido arrancado da árvore.
Um frio na barriga aparece de repente, só indo embora quando lembro que o sonho tinha começado depois dela, sim o que tinha ocorrido de bom era verdade...
Curti aquela manhã como poucas outras, pão combina com manteiga e chocolate quente, não com indiretas, acusações, berros e fugas do que não se pode fugir.
Algumas horas de uma conversa descompromissada, conto minhas novidades que são ouvidas com atenção, (engraçado como é simples e dificil ao mesmo tempo) minha alegria é deles. Ouço as novidades deles, a alegria deles é a minha.
De repente tudo ao meu redor vira gás, se desmancha diante dos meus olhos.
Acordei...
Teria sido tudo um sonho agora? Fugindo do costume, continuo com os olhos fechados, como que se quisesse segurar a sensação de alegria de 1/2 hora atrás, como que aquela manhã pudesse ter sido um sonho, eu não gostaria de receber o tapa da realidade, não agora, queria sentir um pouco mais. Passa um tempo e não resisto, abro os olhos, um de cada vez. devagar...
E lá estão as mesmas paredes da noite passada, esperando que rostos orgulhosos e distantes venham as conhecer.