quarta-feira, abril 30, 2008

Não...

...ainda não morri.
Mas estou com pouquíssimo tempo para lapidar os rascunhos de textos pendentes, de forma a atingir uma qualidade publicável (vale lembrar que esse conceito é pessoal, mutante e intransferível).
Estou na luta para cumprir algumas metas desse ano que são: tirar a carteira de moto e realizar uma apresentação de dança. Some, a esses afazeres anômalos, o aperto cronológico costumeiro que a dança e o serviço me apresentam com tanto carinho que não tenho como negar.
Com o "feriado" acredito que terei tempo para publicar um belo texto semana que vem.
E obrigado pelos puxões de orelha pelo email!

Abraços e até semana que vem!

Obs: Tem lugar mais inadequado do que meu blog de contos para reclamar que minha comunidade de Programação requer moderação? Talvez o muro de Berlim.

segunda-feira, abril 14, 2008

Medo

Ah medo... Tão intenso, tão contraditório e tão irracional por vezes...
Se até a luta contra o medo assusta, como proceder "contra" essa sensação? E mais, contra? Por que?

Abraços numa semana medrosa cheia de coragem!

*****

O medo move
O medo congela
O medo faz lutar pelo melhor pedaço do bife
O medo faz se contentar com o menor pedaço
O medo faz correr mais rápido
O medo trava as pernas
O medo empurra para fora da caverna
O medo prende na caverna
O medo acelera o coração
O medo congela a garganta
O medo empurra o conquistador
O medo encurrala o conquistado
O medo empurra o encurralado
O medo afasta o atacado

Qual dos medos deve sentir?
Quem não muda, o faz porque?
medo...

segunda-feira, abril 07, 2008

Desejo

Semana passada com sol, fim de semana com chuva, se isso continuar se repetindo vou passa a trabalhar de sexta a quarta! Se bem que a chuva tem lá suas vantagens.
E pensando nessas vantagens que escrevi o conto dessa semana, novinho, saindo do forno acompanhado por mousse de chocolate e espumante de questionável qualidade.
Tirem as crianças da sala, afinal o conto dessa semana é um pouco mais "adulto".

Um grande abraço e até semana que vem!

*****

Desejo o seu corpo como nunca colado ao meu
É seu olhar que convida ao pecado, a eras perdoado
O convite ao impuro é berrado em todo o seu contorno
Cada curva sua se torna minha curva onde o limite entre nós não é preciso
Me faço homem, enquanto tremo, sem que perceba, menino
Sem limites os exploramos, nos extrapolamos
Voamos para um mundo onde a dor não existe
Marca o corpo como que tentando acompanhar as marcas imateriais
Iguarias nobres satisfazem desejos incontidos
É dentro de você que encontro o meu lugar
Sua trilha sonora é minha canção favorita
Dois em um numa sinfonia sem nexo e sem se importar
O corpo pede mais, o serviço é exemplar
Mato a sede na taça que seu corpo forma com minha língua
O gozo não é fim, é começo
Me sirvo com as mãos em esplêndido banquete, onde os bons modos fazem maus garotos
Sentidos se misturam, corpos se misturam, se misturam
O cheiro de sua voz me faz querer ouvir seu sexo saborear meu nome em desejo
Seu gemido me toca os ouvidos, me arrepia o seu gosto no meu corpo
Choque percorre o corpo, grito a garganta, seu corpo minha mão
Os corpos caem, desfalecidos
Um sobre o outro sobre o um, se desmontam como mortos
Vivos como nunca
Lençois? Já nos bastamos espalhados
Desejar boa noite para que? Ela foi conquistada, com louvor
Lado da cama? Lado? Cama?
Despertar? Não antes do sol dormir
Pijama? Sua pele molhada me cobre e isso me basta
Sem saber minha perna, seu braço, nosso corpo como deixado permanece, não encontrando posição mais perfeita para passar o que sobrou da lua enquanto o sol não volta e sabe-se lá quando ele volta

terça-feira, abril 01, 2008

Reconhecer...

Feliz dia 1 de Abril!
Eu pensei muito em fazer uma brincadeira no blog, mas fica para o ano que vem, alguns textos mais urgentes exigem minha atenção nesse momento propício.
Se esse texto é recente? Como pode-se dar data de nascimento a um texto que é atemporal?
Até semana que vem meus caros leitores.
Obrigado pelo carinho e até semana que vem!

*****

Reconhecer além do que os olhos podem me dizer...
te reconhecer pela íris, e não querer mais ir para longe
me reconhecer nos seus olhos, e não encontrar lugar melhor para me ver
reconhecer que preciso de você, e não me assusto com isso
nos reconhecer como metades de um, e não mais dois inteiros
reconhecer-te na multidão, e não ter como não sorrir
re-conhecer-se como ser melhor, e não se agarrar ao passado distante
reconhecer ao público, e não temer no que isso implica
reconheçamos, estamos perdidos...
reconheçamos, somos felizes.