segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Pois que venham...

Depois de uma pequena sessão nostalgia do texto passado, trago agora um texto mais novo, fumegando e com a cobertura escorrendo pelas bordas. Portanto, sirvam-se e se lambuzem. Só cuidado para não se queimarem!

Em tempo! Vocês por acaso viram essa reportagem?

*****

"Venham, malditos fantasmas do passado!
Não temo seus calafrios e memórias pois estou armado com a mais afiada espada e protegido pelo mais rígido, mesmo calejado, escudo!
Dragões de outrora ultrapassados pelo longo tempo, as feridas que causaram ardem, mas não para sempre!
Cada chaga de meu corpo é a lembrança de uma dor que me empurra sem hesitação para vosso fim.
Ignóbeis que expuseram as entranhas, de quem me dá firmeza para enfrentá-los, temam a minha ira, pois ela há de os expurgar!
Imbecís que não souberam...
Espere... Não!
Meu escudo! Por que me recusa? Não fuja! Para onde vai? O que houve? Por que?
...
Sem meu escudo sou dilacerado...
Meu braço que brandia a espada, agora fosca, de maneira majestosa não vê motivo para erguê-la e incutir medo no coração dessas bestas.
Sem reagir vejo meu sangue jorrar com facilidade.
Por que?
A dor de minhas víceras espalhadas não me incomoda.
Não entendo.
Ouço o barulho de meus ossos moendo, de minha carne partindo, agora isso não importa.
Como?
Sem muita força, me arrasto para longe.
A terra dura, se esfregando em minha carne viva, me lembra outras guerras...
...que não me mataram...
...que afiaram minha espada...
...que endureceram meu couro...
Mais longe da batalha, com o canto de olho, vejo meu antigo escudo, acuado.
A visão, mesmo embaralha pela fraqueza, vê que enfrentava batalhas também.
Pede o meu braço.
Com medo.
O acolho.
Com medo.
Tê-lo no meu braço me dá força.
Seguro com força sem precedentes no escudo que parece responder se agarrando a mim.
Me levanto.
Da convicção do retorno do meu escudo, tiro a força para empunhar como nunca minha lamina, que reflete o sol no meu peito aquecido.
Vejo em que estado me encontro, ensanguentado.
Vejo meu escudo, demolido.
Vejo nossos alvos. Agora maiores, mais próximos, mais numerosos.
Pois que venham...
Pois que venham..."

3 comentários:

Claudia Mayrink disse...

Harold Medieval...
Truueeeee..
:)

Haroldo Lage disse...

-(
truuuueee!

Anônimo disse...

Como diria o graned filósofo moderno - Pedro Bial: vamos dar uam espiadinha