quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Sem nome ainda, parte final!

Passado o carnaval o Brasil supostamente volta a funcionar.
Muita água salgada, muito sol, muito descanço e lugares que quero voltar e conhecer com mais calma futuramente.
Segue no embalo a última parte desse conto, a finalização do primeiro de muitos que virão.
Valeu pelo apoio, críticas e elogios, algumas das críticas eu não consegui aplicar ainda, mas estão anotadas com carinho.
Um grande abraço e até a próxima!

*****

"Um dia ao sair do 'A caixa', ligeiramente embriagado, não foi pegar o costumeiro ônibus. Resolveu seguir um caminho diferente, queria andar um pouco. Sua garganta doia, como que se as palavras que ficaram lá resolvessem se rebelar.
Os passos eram vagarosos, observava as pessoas, como conseguiam viver? Os risos pareciam falsos, os abraços falsos, os beijos falsos.
Seus pés o foram levando até uma rua larga. O sol não marcava presença havia tempos e a luz dos postes não o substituia devidamente. De longe não percebia, mas de perto via-se que era uma ponte.
Resolveu seguir para a beirada da ponte. Engraçado não lembrar desse lugar.
Atravessou a proteção da ponte para ver melhor, o vento era delicioso.
Olhou para baixo. Era uma respeitável altura, de longe parecia um lugar de paz, as várias pedras eram abraçadas pela insistente água. Tão diferentes e ainda assim juntas.
Soltou os braços, os mesmos levavam os venenos a sua boca, os constantes relatórios sem sentido, os abraços a tempos esquecidos, a carteira ao bolso, a moça para mais perto e a vida para mais longe.
E sorriu, enquanto as pedras pareciam cada vez maiores e o vento cada vez mais rapido.
E tudo ficou escuro.
Miraculosamente, seu telefone sobreviveu e tocou.
Era 'ela'..."

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