segunda-feira, abril 07, 2008

Desejo

Semana passada com sol, fim de semana com chuva, se isso continuar se repetindo vou passa a trabalhar de sexta a quarta! Se bem que a chuva tem lá suas vantagens.
E pensando nessas vantagens que escrevi o conto dessa semana, novinho, saindo do forno acompanhado por mousse de chocolate e espumante de questionável qualidade.
Tirem as crianças da sala, afinal o conto dessa semana é um pouco mais "adulto".

Um grande abraço e até semana que vem!

*****

Desejo o seu corpo como nunca colado ao meu
É seu olhar que convida ao pecado, a eras perdoado
O convite ao impuro é berrado em todo o seu contorno
Cada curva sua se torna minha curva onde o limite entre nós não é preciso
Me faço homem, enquanto tremo, sem que perceba, menino
Sem limites os exploramos, nos extrapolamos
Voamos para um mundo onde a dor não existe
Marca o corpo como que tentando acompanhar as marcas imateriais
Iguarias nobres satisfazem desejos incontidos
É dentro de você que encontro o meu lugar
Sua trilha sonora é minha canção favorita
Dois em um numa sinfonia sem nexo e sem se importar
O corpo pede mais, o serviço é exemplar
Mato a sede na taça que seu corpo forma com minha língua
O gozo não é fim, é começo
Me sirvo com as mãos em esplêndido banquete, onde os bons modos fazem maus garotos
Sentidos se misturam, corpos se misturam, se misturam
O cheiro de sua voz me faz querer ouvir seu sexo saborear meu nome em desejo
Seu gemido me toca os ouvidos, me arrepia o seu gosto no meu corpo
Choque percorre o corpo, grito a garganta, seu corpo minha mão
Os corpos caem, desfalecidos
Um sobre o outro sobre o um, se desmontam como mortos
Vivos como nunca
Lençois? Já nos bastamos espalhados
Desejar boa noite para que? Ela foi conquistada, com louvor
Lado da cama? Lado? Cama?
Despertar? Não antes do sol dormir
Pijama? Sua pele molhada me cobre e isso me basta
Sem saber minha perna, seu braço, nosso corpo como deixado permanece, não encontrando posição mais perfeita para passar o que sobrou da lua enquanto o sol não volta e sabe-se lá quando ele volta

Nenhum comentário: