segunda-feira, dezembro 24, 2007

"Sem nome ainda", parte 1. Primeiro conto da nova fase do Recinto

Caros, conforme combinado segue abaixo o meu texto. Para essa estreia escolhi o meu texto mais recente. É um pequeno conto de 7 partes que terminei de escrever coisa de pouco mais de 1 mês. Ele realmente não tem nome, já pensei em vários, mas nada me cativou realmente. Semana que vem na segunda feira tem a segunda parte e assim em diante.

Um grande abraço e espero que curtam tanto quanto eu curti escrever.

*****

"'A caixa' era um buteco de baixo nível, um lugar sujo, o tipo de lugar onde você não levaria sua paquera, se tivesse. Ao contrário de outros, não havia barulho senão de uns passos vagarosos no chão de higiene questionável.
Aliás 'A caixa' era um nome bem apropriado para o recinto. Quadrado, sem quadros nas poucas 4 paredes, fracamente iluminado e sem graça, sem atrativos.
Várias pessoas iam nesse lugar, sozinhas, para não pensarem em nada, no máximo talvez em qual mistura pesada jogariam dessa vez garganta abaixo para vaguear seus pensamentos.
As bebidas eram de qualidade duvidosa mas desciam como uma uma chuva apagando a chama do pensamento vazio. O ar era pesado pela fumaça constantemente expelida pelos frequentadores.
Como que criada sob medida para aquilo, a atendente era igualmente seca. Pandora era seu nome, servia doses fartas a preços de ocasião. Sua frieza era adequada ao lugar onde ninguem ia para conversar, para isso haviam lugares melhores a pouco passos de lá, desde que fossem em direção a caminhos mais iluminados.
A localização era harmoniosa com o conteúdo, um canto escuro escondido numa região de muitas luzes. Um buraco negro que atraia aqueles que buscavam um esvaziamento da cabeça sem muitas perguntas.
Diversos eram os rostos que frequentavam 'A caixa', pessoas em posições sociais e etárias diferentes, mas isso não fazia diferença alguma na penumbra.
Num canto particularmente escuro havia alguem que parecia jovem, se muito 30 anos. Naquele ambiente todos ganhavam alguns anos na aparência. Se naquele rosto houvesse um sorriso no lugar da pesada expressão de alguem que carrega as lamurias do mundo, um brilho nos olhos ao invés da tristeza de algum imortal entediado e umas roupas mais bem cuidadas ao invés daqueles trajes encapotados apesar do calor lá fora, não seria de se entranhar encontrá-lo em outros locais mais iluminados, daqueles que as pessoas vão para interagir com outras."

(Continua...)

2 comentários:

Patrícia Souza (Tiça) disse...

hum... pra mim esse recinto ainda continua sem novidades... =P

Haroldo Lage disse...

afffff...