segunda-feira, dezembro 31, 2007

"Sem nome ainda", parte 2.

Conforme prometido, segue abaixo a segunda parte em 7 do primeiro conto da nova fase do Recinto. Espero que curtam, e obrigado aos emails com a opinião e pedindo a segunda parte. É muito legal receber esse tipo de atenção.

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"O sujeito do bar era um cara mediocre, nem alto nem baixo, nem gordo nem magro. Sem marcas que o identificasse numa multidão. Seu olhos não eram claros, seu sorriso não era particularmente atraente, assim como seus traços.
Era na 'A caixa' que ele passava suas noites de sábado e algumas noites durante a semana. Como os demais era de poucas palavras, falando o suficiente apenas para conseguir seu próximo veneno. Pagava sempre em dinheiro, notas grandes, dessa forma, mesmo se fosse de interesse seu nome era desconhecido.
Se alguem prestasse atenção, veria que era pontual com seu compromisso com ninguem, chegava 1 hora depois do sol sumir e ia embora 4 horas depois. Também seria possivel ver que ele seguia uma cerimônia praticamente religiosa em sua curta estadia na 'A caixa'.
Pedia um maço de cigarro e uma bebida forte, que era ingerida sem cerimônia, 'para calibrar' diria ele se alguem perguntasse.
Mas alí não era lugar de perguntas, essas eram feitas no horário comercial, em lotes generosos e regulares que já satisfaziam sua necessidade.
'Acabou o relatório?', 'Preencheu o pedido?', 'Leu meu email?', 'Ligou para Fulano?', 'Ciclano já te ligou?', 'Terminou a reunião do Beltrano?'.
"

(Continua...)

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