sexta-feira, janeiro 11, 2008

Sem nome ainda, parte 3

Como assim já rolando atraso? Semana corrida cheia de Cha cha e emoções!
No mais um grande abraço e espero que curtam a terceira parte em 7 desse primeiro conto!

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Era um trabalho burocrático: carimbos, assinaturas e fluxogramas gerenciais eram comuns no seu dia a dia. Não se sabia de onde vinha o serviço, além das mãos que os traziam, nem para onde iam, além das caixas onde eram depositados.
Se era para assassinato de um prestigioso humanitário ou a verba para a fundação de uma creche para crianças carentes não se sabia, era apenas um elo numa interminável corrente.
Chegava as 8:00, ia embora as 18:00, sem espectativas de crescimento, de reconhecimento. Era um número num arquivo imenso de funcionários, um ser num dos inúmeros cubículos do seu andar.
As paredes de seu andar eram cheias de frases motivacionais, estatísticas de produtividade que não lhe faziam muito sentido e uma folha com os aniversariantes do mês, embora nunca tenha ouvido cumprimentos de aniversário. Bastava saber que se estivessem abaixo de um outro número, um dos números da corrente seria trocado.
Não trocavam muitas palavras entre os números dos cubículos, só o mínimamente necessário para seguirem o serviço. "Resolve isso até 14:00" isso para os novatos, enquanto eles não entravam no esquema "Amanhã, 10:00".
No começo de cada mês recebia o seu suficiente contra-cheque. Suficiente para pagar as contas agora que não podia mais querer contar com o apoio de sua família.

(Continua...)

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