terça-feira, janeiro 15, 2008

Sem nome ainda, parte 4

Caros!

Segue abaixo um pouco mais da história que comecei a contar ano passado. Depois de conhecer "a caixa", "a pessoa" e "a labuta" agora é a hora de conhecer um pouco da família. É muito gostoso sentir que tem gente curtindo o texto que não tem como é um pedaço, um filho meu. Tá bom que a totalidade preferiu falar diretamente comigo ao invés de deixar comentários no blog, fico feliz de todo jeito.
Novamente deixo um abraço, vamos para o texto e como sempre, divirtam-se!

*****

"Enquanto ainda morava com eles, acordava cedo e saia calado. Encontrar alguem não era algo que lhe dava prazer.
As conversas entre familiares eram poucas e monótonas. Ocorriam de duas formas: ou a conta gotas em intervalos de programas medíocres ou em enchurrada sob forma de monólogo acusativo.
Não sabia o que era refeição em família, pois sempre que possível evitava encontrar os demais moradores.
Patriarcal, machista e intragável eram algumas palavras adequadas para descrever. Luxuosa era um termo interessante também, mas tão cheio de adornos era quanto vazia de respeito. Repleta de enfeites caros e decoração requintada, como se para disfarçar a pobreza de espírito.
O convívio era um tormento. 'cala a boca', 'Faça o que mando', 'o que você quer não interessa' possuiam uso tão constante que seria eficiente numerá-las e simplesmente referenciá-las.
Outras pessoas menos desgraçadas vêem o lar como lugar de descanso, um ponto de apoio no inferno da vida real. Lá não era assim, os melhores lençois não traziam sono revigorante, os talheres de prata não faziam a comida descer macia, o caríssimo sofá não servia de apoio.
Com isso decidiu sair. Abandonar quem nunca esteve junto...
Sem preparo, sem apoio, sem escolha.
E assim saiu. Despertou lágrimas irônicas. Colocou em sua mala roupas simples, pois moda também não era o seu forte, seus livros, pois desses sentiria falta, e sua carteira em cima do criado que não era mais seu. "

(Continua...)

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