Dançar (faz) bem

Fim de festa de ano novo...
Começando o ano em ótimas companhias, segui me preparando para pegar estrada em direção a outra ótima companhia, assim mesmo, no primeiro de janeiro.
Como de costume, pelos méritos de minha esquecida cabeça, esqueci minha chave na casa onde estava...
Como de costume, pelos méritos do bom gosto para amigos, pude contar com o serviço exclusivo e intransferível de entrega de chaves.
Enquanto esperava o serviço de entrega, pedi uma cerveja, sá como é, calor, e comecei a observar um casal...
Provavelmente com algumas cervejas a mais que eu, eles dançavam...

(Tradução livre: "Me desculpe... Mas que m*rda você está fazendo?". Já respondo, quem se importa?)

Era divertido observá-los, divertido mesmo.
Cometiam, ao mesmo tempo e de maneira impiedosa, todos os erros que aprendi a fugir na academia.
Postura? Inexistente.
Condução? Só se for do copo, parcialmente cheio, que estava na mão esquerda do cavalheiro.
Musicalidade? Murmurar a música conta?
Repertório? Nulo, salvo pelos ocasionais giros na dama.
E, por mérito dos deuses da simetria, ao mesmo tempo, conseguiam a louvável proeza de cometer o acerto maior que é o objetivo que todo cavalheiro que se preza. Desse acerto veio uma certeza: a todo momento em que eu olhar para minha dama e perceber o sorriso aberto, sincero e entregue que vi naquele instante, terei certeza de que os deuses do salão estarão sorrindo para mim.

Um feliz 2009 para nós, sempre.